16/08/2017 00h00
Dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE, mostram que a alta de 4,4% verificada em junho fez do segundo trimestre do ano o melhor em vendas no varejo desde os três últimos meses de 2014 (+3,1%). De forma inédita desde abril de 2014, todos os 10 segmentos que compõem o chamado varejo ampliado registraram aumento no volume de vendas em relação ao mesmo mês do ano anterior. Destacaram-se, no entanto, as variações nos segmentos de móveis e eletrodomésticos (+12,7%), materiais de construção (+7,0%) e equipamentos de escritório e material de informática (+5,1%). Com os resultados positivos dos dois últimos meses, o comércio varejista obteve seu melhor primeiro trimestre desde 2013 (+3,7%).
Diante do resultado positivo do mercado de trabalho em julho (com a geração líquida de 35,9 mil vagas) e das expectativas também favoráveis em relação ao comportamento dos preços e das taxas de juros, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou de 1,6% para 1,8% sua projeção para o desempenho do varejo ampliado ao final deste ano.
Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), enquanto a indústria sofreu uma desaceleração na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2017, o comércio varejista avançou na consolidação de sua trajetória que, desde o início do ano, apontava para uma recomposição das perdas anteriores. A recuperação do varejo parece mais clara e com relativa intensidade. As variações positivas se generalizaram entre seus segmentos no segundo trimestre do ano.
Entre outros fatores, o Iedi atribui essa recuperação ao retorno, ainda que tímido, do crédito real às pessoas físicas, à redução dos juros e à liberação das contas inativas do FGTS.